terça-feira, novembro 14, 2006

DESFAZENDO VELHOS MITOS E... NÃO SÓ!

In: NET
Vinho Branco ou... Vinho Tinto
- Tem de ser bom e Português -
Qual será a escolha acertada para a refeição que vamos cozinhar? O equilíbrio é necessário. Mas as preferências dos comensais também contam na opção a tomar.
Não existe nenhum estatuto ou lei sobre a relação entre o vinho e a comida.
Mas há um vasto saber acumulado que não se deve ignorar, mesmo quando se pretende criar ou ter ideias inovadoras neste campo.
Antes da refeição propriamente dita, como aperitivo, a frescura de um verde branco ou de um vinho de Bucelas é companhia perfeita para entradas a saber a mar, como ostras ao natural ou mexilhões à marinheira, manjares que regalam tanto o palato como a vista.
A sua acidez e frescura ajudam a preparar o corpo para os sabores que se seguem.
Há quem goste também da companhia de um Vinho do Porto branco seco, mais apropriado para a companhia dos salgados antes dos convivas se sentarem à mesa.
Diz-se que peixe e marisco devem acompanhar com vinho branco, seja ele maduro ou verde.
Há quem goste, por exemplo, de escoltar sardinhas assadas com Vinho Verde ou um branco do Dão, este também um bom acompanhante da lagosta ou lavagante cozido.
Mas a maioria de nós, quando pensa em sardinhas, conjuga-as com vinho tinto, de preferência ribatejano.
Um vinho forte, com alguma acidez é essencial para atenuar a influência no palato da gordura deste peixe. Mas os aromas e sabores de alguns brancos alentejanos, principalmente de Évora ou de Reguengos, também assentam bem com este ou qualquer peixe grelhado na brasa e são par ideal quando assado no forno.
E porque não falar do bacalhau, acompanhante quase exclusivo do vinho tinto, com opções tão variadas como as inúmeras formas de o cozinhar.
A excepção reside talvez quando se desfia cru, se juntam as rodelas de cebola e os pedaços de alho, se tempera com azeite e vinagre. Aqui o branco é essencial.
O tinto maduro é o vinho de preferência dos portugueses, principalmente se oriundo das zonas do Alentejo, Dão ou Douro. É algo que se deve talvez à paixão que sentem pelos pratos de carne.
O leque de opções é vasto, uma vez que existem inúmeras marcas disponíveis no mercado.
As grelhadas mistas ficam bem geralmente com tintos mais jovens, do Douro, da Bairrada ou do Dão.
As carnes assadas de novilho ou vitela, como um bom rosbife, assentam bem com qualquer vinho tinto.
Mas já as de peru ou galinha podem ser adaptadas a qualquer vinho, mesmo a alguns brancos secos ou tintos velhos.
A escolha depende do tempero e do molho de cada prato.
Como exemplos, poderemos referir que a galinha de fricassé acompanhará bem um branco seco e o peru natalício, sem dúvida um tinto.
O porco, com as suas características ímpares, fica bem tanto com branco como com tinto, dependente da forma como o cozinhamos.
Do leitão à Bairrada ou de Negrais, grande parceiro dos espumantes feitos na zona da Mealhada e Sangalhos, às Migas com Carne de Porco do Alentejo, a contrabalançar a preceito com alguns dos tintos mais velhos da região transmontana, muitas são as opções e os equílibrios passíveis de serem encontrados.
É abundante o leque de escolhas abertas aos portugueses para eleição do vinho branco ou tinto.
Mas o final da refeição, para quem gosta de queijo, pelo menos das regiões de maior personalidade do País, como a Serra da Estrela, Serpa, Niza ou Azeitão, deve ser feito na companhia de um bom vinho tinto, de preferência velho.
Se por acaso o desfecho do repasto também incluir doce, principalmente aqueles de amêndoa , ovos e açúcar do Algarve, um cálice de Vinho do Porto de 10 ou 20 Anos (tinto) será o remate perfeito e uma óptima companhia.
Uma boa refeição conjuga-se em boa convivência.
O número de pessoas certas à mesa, um repasto ao gosto de todos, acompanhado pelos vinhos que melhor se conjugam com a comida, é algo inesquecível.

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