A escola não precisa de psicólogos
nem de psiquiatras:
precisa de um código disciplinar
e de uma guarda que o execute
Voltou a discussão sobre a violência na escola.
É assunto tão velho que já tresanda.
Mas neste país, que não aprende, e nunca aprendeu, é sempre preciso repetir o óbvio:
Vêm as desculpas do costume (o "meio social", a "família" e por aí fora).
E os remédios do costume (a autoridade dos professores, a participação dos pais, como se eles se ralassem, ou do mirífico dinheiro da "iniciativa privada").
Infelizmente, nada disso leva a parte alguma.
Os "reformadores" têm de meter na cabeça uma verdade básica: na prática, o sistema de ensino não permite expulsar, repito, expulsar ninguém e assim, como se depreenderá, qualquer aluno tem a impunidade garantida.
Do ministro ao último professor, toda a gente acredita que expulsar um aluno equivale a uma espécie de condenação à morte.
Marçal Grilo, uma das pessoas mais deletérias que passaram pelo Governo, reservou para si a autoridade de aplicar essa pena capital e, segundo nos disse depois, ficou muito emocionado e tremente, quando em três casos durante quatro anos não a pôde evitar.
Isto quase que significa uma licença para matar, coisa que as criancinhas percebem muito bem.
Quem não vive na lua está farto de saber o que a escola precisa e não precisa.
Quem não vive na lua está farto de saber o que a escola precisa e não precisa.
Não precisa de psicólogos, nem de psiquiatras: precisa de um código disciplinar e de uma guarda que o execute.
Não precisa de conselhos directivos, nem de lamechice pedagógica, precisa de um director, que ponha expeditivamente na rua quem perturbar a vida normal da escola, quer se trate de alunos, quer se trate de professores.
Não precisa da ajuda, nem da "avaliação" dos pais; precisa que os pais paguem pelo menos parte da educação dos filhos (mesmo que em muitos casos esse pagamento seja um gesto simbólico
A escola que por aí existe, como a democracia a fez, não passa de uma garagem gratuita onde os pais por comodidade e tradição metem as crianças.
A escola que por aí existe, como a democracia a fez, não passa de uma garagem gratuita onde os pais por comodidade e tradição metem as crianças.
Não serve as crianças, que não a respeitam e, em grande percentagem, voluntariamente a deixam.
Não serve os professores, que não ensinam e sofrem, ainda por cima, um vexame diário.
Não serve a economia, a cultura ou o simples civismo dos portugueses.
É inútil, quando não é nociva.
Chegará, ou não chegará, o dia em que um governo se resolva a olhar para a realidade.
Até lá não vale a pena gemer por causa de um monstro que Portugal inteiro viu crescer com equanimidade e deleite.
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Texto de autor não citado
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