sábado, outubro 21, 2006

SEGREDOS DO VENTO QUE SOPRA


O Tó da Venda
Conheci-os lá pelos meus nove... dez anos.
Já lá vai uma vida...
Uma vida que continuou as sendas desviantes durante umas largas dezenas de anos.
Isso mesmo, o Tó numa terra de teres e haveres e... o outro, lá pelas bandas da terra queimada...
Reencontrou-os a vida quando, ambos, já “ameçavam” tropeçar nas pedras da calçada...
O Tó $omando nos secos e molhadados e, o outro, na gamela da sopa dos pobres.
Cada um oriundo de uma familia diferente. O Tó de um politico tão conhecido como controverso... o outro, de um dirigente desportivo que alternava esta função com o trabalho na maior empresa da região e arredores.. Pelo dito, enxertos da mesma cepa, em galhos diferentes...
De comum, para além de um ódio de estimação, tinham o mesmo feitio. Casmurros e arredios de opinião alheia...
Pudera...
Ele o Tó da Venda.
Zé d’Além, o outro...
Aquele citadino; este favelado...
Bom de boca e de sovaco recheado; Zé d’Além solitáriamente (não será antes solidáriamente) excomungado de familia e fé...
Nunca vi tão tão iguais e... tão diferentes.
Nem mesma a morte os separou...
São vizinhos de coval...

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